quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Formação de Fósseis

Os fósseis são das ferramentas mais importantes quando se reconstrói a vida na Terra de um passado muito distante.
Mas há que notar que muitos os registos fósseis que se obtêm nos dias de hoje correspondem apenas a uma percentagem de seres vivos cujas características lhes permitiam uma boa fossilização, como aqueles com partes mais rijas facilmente preserváveis: como conchas e ossos.
No entanto, como poderemos saber até que ponto é que os fósseis encontrados hoje retratarão bem o passado na Terra. Simplificando, nos dias de hoje sabemos que existem milhares e milhares de espécies diferentes de seres vivos no planeta, desde os mais pequenos vírus até às maiores baleias. Mas quantas dessas espécies poderiam sofrer uma boa fossilização? Muitas provavelmente não.
Da mesma maneira, quantos seres vivos se terão “perdido” na história da Terra, incapazes de serem fossilizados ou tendo sido destruídos posteriormente?
Para se poder formar uma imagem razoável dessa quantidade, é essencial perceber como funciona o processo de fossilização.
De uma maneira geral, organismos sem partes rígidas como conchas e ossos têm grandes dificuldades em se fossilizarem, pelo que grande parte das espécies que se poderão ter “perdido” ou das quais se encontram muitos poucos registos são representadas pela maioria dos seres unicelulares e outros microrganismos, algas, plantas vasculares sem tecidos lenhosos, vermes, medusas e, particularmente, os insectos, os quais estão bastante mal representados nos fósseis.
O caso comum da fossilização processa-se pelos seguintes passos:
1.       O animal morre e é sepultado em sedimentos macios do leito marinho.

2.       A carne decompõe-se e os ossos, cobertos por camadas de sedimentos, são mineralizados.

3.       O esqueleto fóssil é comprimido pelo peso e movimento da terra.

4.       As forças erosivas acabam por ir desgastando a superfície aos poucos, até que o esqueleto do animal fica exposto.

No entanto, existem vários outros tipos de fossilização. Eis alguns tipos:
·         Dissecação – Acontece em especial em ambientes desérticos, podendo conservar a pele, o cabelo e mesmo os músculos. Basicamente, o corpo do organismo é desidratado, tornando-o inóspito a bactérias, o que faz com que dure mais.

·         Conservação em âmbar – Uma grande variedade de organismos, como girinos e insectos parasitas, pode-se encontrar conservados em âmbar, tendo ficado presos na resina, que pode permanecer intacta durante muito tempo.

·         Congelação – De uma maneira semelhante ao âmbar, alguns organismos podem ficar preservados em gelo, durante muitos milhares de anos, com o próprio sangue e órgãos ainda intactos. O caso mais notável foi a de um mamute bebé, que terá vivido há mais de quarenta mil anos.

·         Pântanos e lodo – Trata-se do caso em que um animal fica preso num pântano. As bactérias responsáveis pela reciclagem da matéria orgânica, quando em ambientes pobres ou desprovidos de oxigénio, podem promover a fossilização de tecidos moles.

·         Moldagem – É o caso quando o organismo deixa superfícies e/ou cavidades marcadas nas rochas (exemplo: pegadas), e estas estejam susceptíveis de serem preenchidas por sedimentos finos, podendo assim replicar informação biológica, fazendo novos fósseis a partir de fósseis pré-existentes.


Bibliografia:
- Palmer, Douglas (1999), Atlas do mundo pré-histórico, Gütersloh: Círculo de Leitores.

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