quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sedimentação

Já se viu que a sedimentação está na base da estratigrafia, mas afinal o que é a sedimentação e como se processa?
O processo começa com o transporte de partículas de sedimentos de um sítio para outro, onde se tornam numa rocha sólida, essa é a “ideia” da sedimentação. Este processo pode ser algo rápido e brusco, como o caso de uma derrocada, ou lento e contínuo, como a deposição gradual de pequenos sedimentos trazidos por um rio.
Além disso, a “dimensão” desta deposição de sedimentos pode variar de uma pequena bacia até a zonas do oceano maiores até que países. No entanto, os sedimentos que se depositam no fundo do mar são os que têm maiores hipóteses de conservar em estratos no registo das rochas.
Como já foi dito, uma das muitas maneiras da sedimentação é a sedimentação contínua, que é quando os sedimentos se vão depositando e acumulando gradualmente ao longo do tempo. Tem-se como exemplo os sedimentos que são transportados por um rio e que se acumulam em praias ou deltas, e os corais e outros fragmentos que se aglomeram na base dos recifes.
É possível notar um acumulo de sedimentos mais esbranquiçados trazidos pelo mar na imagem acima

No entanto, é possível falar também de deposições mais violentas. Há que mencionar as nuvens ardentes, por exemplo, que são enormes e poderosas correntes de cinzas e fragmentos vítreos vulcânicos transportados num fluxo de ar quente, pela encosta de um vulcão. Estas nuvens podem influenciar severamente os climas globais e poderão ter contribuído para períodos de extinção. Estas correntes levam vários sedimentos de maiores dimensões os quais acabam por ir sendo deixados para trás e depositam-se localmente, formando depósitos chamados tufos vulcânicos.
Nuvem ardente no Japão

Temos também o caso das correntes túrbidas, que são fluxos semelhantes às nuvens ardentes em comportamento mas que ocorrem debaixo de água, consistindo de areia, lama e partículas finas suspensas na água.
Estas correntes túrbidas podem então percorrer vários quilómetros, centenas, até assentarem no fundo dos oceanos, formando aquilo a que se chama turbidites. Esta deposição de partículas, que podem atingir vários metros de altura, é muito rápida, variando entre algumas horas e alguns dias.
Estas correntes túrbidas podem ser provocadas tanto por sismos como pelo simples desequilíbrio de algumas das grandes pilhas de sedimentos transportados pelos rios que se acumulam em lagos ou no leito dos oceanos.
O impacte extraterrestre também é um factor que influencia a sedimentação. Quando um meteorito cai na terra, este funde as rochas em redor, as quais podem ser então ejectadas da cratera e espalhar-se por uma vasta área.
A imagem mostra como as rochas circundantes da zona de impacte agem, sendo ejectadas para longe da cratera, cobrindo outras áreas em redor

Por fim, podemos falar ainda dos glaciares, grandes blocos de gelo que se movem e carregam consigo blocos rochosos que podem atingir dimensões notáveis. Quando as grandes massas de gelo se movem, erodem as rochas com que entram em contacto e as partículas daí soltas são levadas pela base gelada.
Quando o gelo derrete, resta uma mistura de sedimentos de dimensões muito variadas, rodeados por uma matriz de lama. Uma mistura que se pode estender por vários quilómetros de extensão. 
Os glaciares são das forças que maiores detritos conseguem transportar
   
Bibliografia:
- Palmer, Douglas (1999), Atlas do mundo pré-histórico, Gütersloh: Círculo de Leitores.

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